Plano de Negócios para E-Commerce

Plano de Negócios para E-Commerce

O comportamento de compra do consumidor brasileiro está mudando, o resultado disso é o crescimento vertiginoso das vendas por comércio eletrônico. Isso fez com que houvesse muito investimento na criação de lojas virtuais.
É fato que o ambiente virtual traz diversas facilidades na criação de um novo negócio e a redução de alguns custos, como mão de obra. Assim como existem diversas vantagens, existem diversos contrapontos. Diferentemente do varejo tradicional, a loja virtual não está limitada a um espaço geográfico, por outro lado, sua concorrência também não. O lojista irá disputar clientes com lojas de outros estados e até de outros países, de empresas de maior ou menor porte, com estratégias mais agressivas ou mais conservadoras. Neste concorrido ambiente, estratégia é fundamental e sendo assim um bom Plano de Negócios é essencial.

POR ONDE INICIAR?

O Plano de Negócios deve ser iniciado com um levantamento minucioso de dados. Para organizar esses dados você pode usar qualquer modelo de planilha existente. No site do Sebrae existem modelos que podem ser utilizados. Mais importante que o modelo em si, é a coerência dos dados inseridos na planilha.

CUSTOS

Antes de mais nada, é necessário conhecer todos os custos envolvidos na operação de uma loja virtual. É claro, uma loja virtual pode reduzir os custos em relação a uma loja física, afinal, não será preciso se preocupar com reforma e decoração, aluguel, entre outros. Por outro lado, a operação de uma loja virtual demanda outros custos, até então não essenciais para uma loja física. É preciso estar atento para não se iludir apenas com a redução de custos fixos.
Custo com site
O principal custo com a sua loja virtual é a plataforma, é claro. Existem diversas maneiras de ter sua loja virtual, sendo as mais comuns desenvolvê-la com equipe própria ou contratar alguma empresa especializada, conhecidas como plataformas de e-commerce. Normalmente as plataformas de e-commerce cobram um custo inicial para implantar e personalizar a sua loja e uma mensalidade normalmente proporcional ao volume de vendas ou tráfego da loja. É preciso muito cuidado ao decidir desenvolver o sistema com equipe própria, pois os custos com mão de obra especializada são altíssimos. Exceto o caso, onde se tenha uma ideia muita inovadora, é ideal que se utilize uma plataforma de e-commerce.
Custos com formas de pagamento
É importantíssimo que seu site ofereça diferentes maneiras de efetuar o pagamento, como boletos e cartões de crédito. As maneiras mais comuns de implantar formas de pagamento são diretamente com os bancos ou utilizando gateways de pagamento. Tenha em mente que os custos variam de acordo com o volume de vendas e da sua negociação com a operadora. O percentual sobre o faturamento pode variar de 1 a 8%. Logo, um bom contrato pode render um bom diferencial competitivo.
Custos com publicidade
Custos com publicidades são os mais negligenciados no planejamento de uma loja virtual. De nada adianta conseguir um contrato de exclusividade com uma marca e um ótimo preço se isso não é comunicado aos potenciais clientes. Lembre-se que você agora está concorrendo com lojistas de diversas localidades. As agências de marketing digital trabalham com um valor mensal, equivalente aos seus gastos com marketing, mais um percentual sobre o desempenho nas vendas. Este percentual deve variar 5% a 10% das suas vendas.
Custos com mão de obra
Ignorar os custos com mão de obra é outro equívoco comum. Acreditar que será possível realizar todas as tarefas com uma equipe pequena e pouco capacitada é um erro. Administrar uma operação de e-commerce é uma tarefa complexa, serão dezenas ou centenas de produtos para cadastrar, tirar fotos, adicionar descrição, responder aos e-mails e telefonemas de dúvidas, verificar os pagamentos, enviar os pedidos à transportadora, entre outros. O ideal é dimensionar uma equipe tendo em vista todas as tarefas necessárias para operação de e-commerce.
Outros custos
Além dos custos listados acima, o empreendedor deve considerar todos os custos usuais de qualquer operação como: impostos, custo com o estoque, aluguel do depósito, entre outros. Fazer um levantamento minucioso de todos os custos, sendo realista é um passo chave para o sucesso no negócio.

PRODUTO E MERCADO

Após o levantamento de todos os custos, já existem dados suficiente para definir o preço de venda do produto. Definido o preço, o segundo ponto a ser analisado antes de iniciar um negócio é, obviamente, a oferta. Apesar de óbvio, é fundamental analisar a oferta do produto no mercado. Se em uma análise superficial, seu preço não for competitivo, ou seja, completamente fora de alcance do mercado, nem o Plano de Negócios pode ajudar. Se você tem loja física lembre-se que as mesmas regras de preço não se aplicam ao mundo virtual. Por outro lado, se essa primeira análise indicar viabilidade, parta para uma análise mais profunda.
Ticket Médio
O ticket médio de faturamento é a relação entre o faturamento da loja e valor do pedido. Um ticket médio alto, significa que você fatura mais por pedido, enquanto um ticket médio baixo, fatura menos por pedido. Isso se deve a vários fatores, como a qualidade do produto e o valor agregado à marca. Diversos empreendedores ignoram o fato de que, quanto menor o preço individual do produto maior deverá ser a quantidade de pedidos a serem realizados para cobrir os custos da operação.
Estoques
Em contrapartida ao item acima, quanto maior for o valor individual do seu produto, maior será o valor do seu estoque. Estoques maiores envolvem investimentos iniciais maiores e cuidados com o fluxo de caixa. Além do mais, estoque parado é dinheiro parado e perdendo valor. No planejamento da sua loja virtual, tente encontrar uma harmonia entre esses dois fatores.</p3E

FLUXO DE CAIXA

O maior causador de mortes prematuras no e-commerce são problemas relacionados à fluxo de caixa. Com um estudo detalhado dos itens acima esse fator pode ser minimizado, mas ainda é preciso estar atento a algumas questões.
Capital de giro
É importante reservar uma boa parte do capital para giro. Manter as verbas não apenas para os custos fixos, mas principalmente marketing e renovação do estoque. No mercado brasileiro é muito comum parcelar as compras. Sendo assim, fique atento ao parcelamento dos produtos vendidos para não acabar sem capital para manter a sua loja em funcionamento.
Antecipação de Recebíveis
Antecipação de recebíveis é uma boa estratégia para não ficar descoberto no capital de giro. Porém é preciso muita atenção, conhecer todas as taxas cobradas e inserir este valor no preço de venda do produto. Antecipe as parcelas de acordo com o seu planejamento financeiro. Nada pior que perceber tardiamente que toda sua margem (ou mais) estão sendo consumidas por taxas.
Um bom planejamento é um alicerce para o sucesso da sua Loja Virtual. É um mercado em grande expansão e a tendência é que se mantenha assim por muitos anos. Esse mercado oferece diversas oportunidades, porém é preciso estar atento para não cair nas armadilhas que o otimismo exagerado pode causar. Otimismo é importante para qualquer empreendedor, porém é essencial manter um pé no chão e seguir um plano bem fundamentado.

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