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Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, contamos como o ecommerce foi o ponto de virada na vida de quem vê nas adversidades uma oportunidade
Nos últimos anos, tem crescido o número de mulheres que começaram a empreender, tanto aqui como em outros países. Embora ainda falte muito a ser conquistado, as mulheres têm driblado as barreiras do mercado e estão ganhando cada vez mais espaço em diversas áreas. Somente no Brasil, segundo dados do Sebrae, hoje, são 9,3 milhões de mulheres à frente de um negócio, representando 34% de todos os empreendedores formais ou informais.
As análises feitas pelo Sebrae mostram que as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens. A proporção de empreendedores que têm um negócio com menos de 3,5 anos é maior entre elas: 15,4% contra 12,6% de homens. O estudo constatou, ainda, que as mulheres empreendem movidas, principalmente, pela necessidade de ter outra fonte de renda ou adquirir independência financeira.
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Por tudo isso, nesse Dia Internacional da Mulher, reunimos sete histórias de marcas comandadas por mulheres – e que tiveram no ecommerce um grande ponto de virada para o sucesso.
É praticamente impossível falar de empreendedorismo no ecommerce e não citar Luiza Helena Trajano, a visionária que construiu o Magazine Luiza. Seu sucesso é tão notável que, segundo a revista Forbes, ela está entre as três mulheres mais poderosas do País.
E, se transformação digital é um assunto em voga atualmente, já era tendência para ela e sua rede em meados dos anos 1990. Foi em 1992, quando implementou o conceito de lojas virtuais no Magazine Luiza, que a varejista passou a despontar no mercado. Pelas mãos de Luiza, a empresa se transformou em uma maiores plataformas digitais do varejo brasileiro.
Hoje, a Magalu tem um crescimento exponencial, baseado na expansão acelerada da plataforma de marketplace, a entrada da empresa em novas categorias de produtos e o desenvolvimento do seu superapp. O comércio eletrônico corresponde por 45% do faturamento do Magazine Luiza, cifra que gira em torno R$ 4,3 bilhões anual.
Luiza, uma das poucas CEOs mulheres de grandes empresas da América Latina, também é uma das mais fortes defensoras da maior participação das mulheres em cargos de comando de empresas.
Eleita a 6ª mulher mais poderosa do Brasil, em 2013, pela Revista Forbes, Sônia Hess foi a empresária à frente da Dudalina por mais de uma década. A marca nasceu com seus pais, mas foi ela quem levou à conquista do mercado nacional e a dar os primeiros passos para a internacionalização.
Além da força industrial – no fim da década de 1990, a Dudalina era líder na produção de camisas e a maior exportadora do País –, a marca cresceu com a criação da linha feminina de camisas e com a loja virtual.
Mais do que um negócio do ramo têxtil, a Dudalina se destaca pela distribuição de marcas fortes. Em 2014, anunciou uma fusão junto à Restoque, criando a maior varejista de roupas de alto padrão do Brasil.
No cenário das startups, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) e de dados do The Boston Consulting Group (BCG), apenas 12,73% das startups são comandadas por mulheres no País. Apesar disso, as startups de empreendedoras se mostraram mais rentáveis. Para cada dólar de financiamento, esse modelo de negócio com elas à frente geraram 78 centavos, enquanto aquelas fundadas por homens renderam 31 centavos.
Um desses casos de sucesso é a loja O Amor é Simples, o primeiro ecommerce de vestidos de noiva com foco em cerimônias menos tradicionais e preços competitivos. Fundada por Laís Ribeiro, Natália Pegoraro e Janaína Pasin, em 2014. No ano seguinte, a estilista Evelyn Bordin se tornou sócia. A marca vende peças que custam até R$ 2 mil e, em 2019, o faturamento foi de R$ 1 milhão. Neste ano, a startup projeta alcançar R$ 1,6 milhão em faturamento, investindo especialmente em tecnologia.
As clientes escolhem o modelo e o tamanho por meio do ecommerce e recebem o produto em casa, cerca de dois meses depois. A produção das peças é feita à mão e sob demanda. A grife nasceu online e segue com a essência de proporcionar um relacionamento mais próximo e genuíno com as “mulheres reais”, noivas de uma geração nem tão apegada às cerimônias pomposas.
Maristela Guidotti passou a infância entre cortes de couro e as máquinas de costura da fábrica de calçados da família. Mas foi só na faculdade que a empreendedora resolveu criar um negócio de bolsas e mochilas de couro legítimo.
A empresa dela, a Donna Guerriera, até vendeu produtos para outra marca, em um contrato de private label, por três anos. Mas o principal cliente da empresa parou de pagar os produtos. Depois de quase ter decretado falência e ter que pegar um empréstimo para quitar as dívidas, a marca passou a focar no ecommerce.
Esse foi o ponto de guinada para revigorar o negócio, deixar de lado as vendas para outras marcas e apostar no cliente final. Com tíquete médio de R$ 560, a Donna Guerriera faturou R$ 600 mil em 2018. O próximo passo da grife é a venda internacional.
Uma enfermeira e uma bióloga criaram a primeira empresa brasileira focada nas necessidades das pessoas alérgicas, em 1993. As irmãs Lazaretti, inicialmente, revendiam produtos hipoalergênicos importados. Com o tempo, começaram a desenvolver os seus próprios, em parceria com médicos da clínica antialérgica.
A primeira loja, em São Paulo (SP), abriu as portas para as demanda de pessoas de todo o Brasil que queriam vender e comprar os produtos da marca. Para ficar mais perto dos consumidores, a Alergoshop abriu seu ecommerce. Nos mais de 20 anos de negócio, a empresa também expandiu seu portfólio e já conta com 200 produtos hipoalergênicos, entre diversas áreas de atuação.
Brigadeiro é um doce genuinamente brasileiro que se popularizou na década de 1940 e segue mais atual do que nunca. Tanto é que, em 2007, surgiu a primeira loja do Brasil especializada em brigadeiro artesanal.
A Maria Brigadeiro, comandada por Juliana Motter, produz todo o chocolate usado nas receitas e nos confeitos dos doces. O sucesso foi tanto que ela vende, hoje, 3 mil unidades por dia. Além de três lojas físicas, a brigaderia conta com um ecommerce com opções de caixas para presente e encomendas para eventos. Anualmente, o negócio fatura em torno de R$ 3 milhões.
Ecommerce e conteúdo em um mesmo lugar, essa é a proposta do Steal the Look. Criado por Manuela Bordash e Catharina Dieterich, o empreendimento existe desde 2012 e contabiliza milhões de visitas mensais. O faturamento gira, ao ano, em torno de R$ 4 milhões, entre as vendas e retorno do espaço publicitário do site.
A ideia do Steal The Look, segundo Bordasch, era se distanciar dos blogs de moda que focavam muito na vida das próprias blogueiras. Trata-se de um portal de conteúdo, onde o mesmo pode ser comprado online. Mais de 30 lojistas fecharam parceria com o empreendimento, cobrindo mais de 100 marcas. Com suas pautas diárias, o Steal the Look direciona as leitoras para compra.
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